30/06/2008

Comerciais de margarina

Discuto, muito. Falo demais. Penso demais. Reclamo demais.
Dizem por aí que sou uma adolescente de quase trinta... Pensei muito nisso... E acho que concordo. Aliás, concordo plenamente e digo mais: que bom.
Nas briguinhas, mesmo nas discussões, sempre disse que a vida não é comercial de margarina. Dizia isso por que comerciais de margarina me irritam, e a irritação vem do inatingível, de ver o que não posso ter.
Please, atire a primeira pedra aquela que acorda com o cabelo lindo penteado e sedoso, que tem uma bela mesa e um lindo e sorridente marido todos os dias. Para mim, o comercial de margarina sempre foi sinônimo de utopia, típico daquelas crenças de contos de fadas, do impossível "felizes para sempre".
Talvez, se minha infância tivesse sido menos (a)normal e convencional, se eu tivesse brincado mais com meu jogo de chá e subido menos em árvores, talvez aceitasse e até sonhasse com uma vidinha assim.
O fato é: a vida tem sido bem ácida, difícil de engolir mesmo, com mais momentos difíceis do que belos cafés da manhã regados a margarina e torradas.
Digo mais: eu planto, eu colho. Por isso que todo domingo decido que farei diferente a partir de segunda, e sigo com uma boa dose de esperança, mas mais cética do que nunca.
PS- foto de Tarcísio Meira e Glória Menezes, em um comercial de margarina de 1974.
PPS- antes que façam as contas, eu nem tinha nascido ainda.

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Comerciais de margarina

Discuto, muito. Falo demais. Penso demais. Reclamo demais.
Dizem por aí que sou uma adolescente de quase trinta... Pensei muito nisso... E acho que concordo. Aliás, concordo plenamente e digo mais: que bom.
Nas briguinhas, mesmo nas discussões, sempre disse que a vida não é comercial de margarina. Dizia isso por que comerciais de margarina me irritam, e a irritação vem do inatingível, de ver o que não posso ter.
Please, atire a primeira pedra aquela que acorda com o cabelo lindo penteado e sedoso, que tem uma bela mesa e um lindo e sorridente marido todos os dias. Para mim, o comercial de margarina sempre foi sinônimo de utopia, típico daquelas crenças de contos de fadas, do impossível "felizes para sempre".
Talvez, se minha infância tivesse sido menos (a)normal e convencional, se eu tivesse brincado mais com meu jogo de chá e subido menos em árvores, talvez aceitasse e até sonhasse com uma vidinha assim.
O fato é: a vida tem sido bem ácida, difícil de engolir mesmo, com mais momentos difíceis do que belos cafés da manhã regados a margarina e torradas.
Digo mais: eu planto, eu colho. Por isso que todo domingo decido que farei diferente a partir de segunda, e sigo com uma boa dose de esperança, mas mais cética do que nunca.
PS- foto de Tarcísio Meira e Glória Menezes, em um comercial de margarina de 1974.
PPS- antes que façam as contas, eu nem tinha nascido ainda.