29/05/2008

Velhas reclamações de viagem

A distância de Cruz Alta a Novo Hamburgo é de 352 km.
O ônibus sai de Cruz Alta às 23:50, e você chega surpreendentemente às 6 da manhã. Porque? Ora, se uma árvore se balança na estrada durante o percurso, o motorista é obrigado a parar.
Ibirubá, Tapera, Selbach, entre outras cidadezinhas no caminho são paradas obrigatórias.

O interessante é que você pode observar alguns locais, que fazem pequenos trajetos intermunicipiozinhos e esquecem que você ficará boas horas no mesmo ônibus. Eles trazem galinhas e outros bichinhos, falam muito alto e se mexem sem parar. Ou seja, dormir, nem pensar.
Uma dica: Não escolha o corredor, nem ouse sentar próximo ao banheiro, pois você pode acordar de dois em dois minutos com esbarrões de pessoas zonzas, tapas na cabeça, ou ainda -pasmem- com uma velhinha que provavelmente sofre de alzheimer sentada no seu colo às 3 da manhã. (aconteceu comigo)
Crianças em ônibus também tem sua cota de irritabilidade. Alguns pais esquecem de trocar as fraldas antes de sair de casa, outros esquecem de oferecer alimentos leves no dia anterior a viagem.
Resultado? Vômito, choro, fralda suja, vômito, choro.
Em viagens noturnas, eles até dormem e não incomodam tanto, nas diurnas muitos pais esquecem de levar brinquedos para entretê-los, e aí já viu: ninguém dorme.
Outro ponto muito irritante é a mistura de cheiros. Não bastassem as fragrâncias costumeiras (mas não menos irritantes) do complexo CHUBASA*, a mistoureba de perfumes vai desde clássicos boticário, importados até amor gaúcho, alma de flores, charisma entre outras pérolas, ainda existem os odores gastronômicos, como o de frituras, coxinhas, galinhas enfarofadas, até o mais amaldiçoado de todos os cheiros:
salgadinho
: tem vários sabores, mas os mais populares entre os ratos de ônibus são o chetooslé e o dorisbunda.
Quase no meio do caminho tem uma parada, no município de Soledade. É o Italian´s, um restaurante de beira de estrada que provavelmente possui um contrato com as companhias de ônibus, onde o atendimento é muito rápido, mas os preços, mais do que salgados. Uma coca cola pode custar quase 4 reais, um pacote de biscoitos quase 3 reais, e aí por diante.Na chegada a Novo Hamburgo, o que mais impressiona é a diferença de ares, lugares, pessoas e principalmente preços. Os táxis são artigo de luxo, raros e caros.
Enfim, mesmo assim é bom chegar em casa, onde a internet pega bem, minhas coisas podem ficar nas partes baixas da estante e posso dormir no meu colchão.
Estou empenhada em tentar ressucitar a minha plantinha, única habitante não humana deste minúsculo apartamento, que parece que ou sentiu a minha falta ou está assim por passar 10 dias sem nenhuma água, por misericórdia do namorido...
Ah, falando nele, é bom chegar em casa e saber que ele me espera, e que nada mudou, e que por mais que o mundo gire, que as coisas se espalhem por aí e que eu ainda não saiba bem o que fazer da vida ele se mantém ao meu lado, compartilhando dessa doidera toda que vem tomando conta da minha-nossa vida.

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*Leia-se chulé, bafo e asa

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Velhas reclamações de viagem

A distância de Cruz Alta a Novo Hamburgo é de 352 km.
O ônibus sai de Cruz Alta às 23:50, e você chega surpreendentemente às 6 da manhã. Porque? Ora, se uma árvore se balança na estrada durante o percurso, o motorista é obrigado a parar.
Ibirubá, Tapera, Selbach, entre outras cidadezinhas no caminho são paradas obrigatórias.

O interessante é que você pode observar alguns locais, que fazem pequenos trajetos intermunicipiozinhos e esquecem que você ficará boas horas no mesmo ônibus. Eles trazem galinhas e outros bichinhos, falam muito alto e se mexem sem parar. Ou seja, dormir, nem pensar.
Uma dica: Não escolha o corredor, nem ouse sentar próximo ao banheiro, pois você pode acordar de dois em dois minutos com esbarrões de pessoas zonzas, tapas na cabeça, ou ainda -pasmem- com uma velhinha que provavelmente sofre de alzheimer sentada no seu colo às 3 da manhã. (aconteceu comigo)
Crianças em ônibus também tem sua cota de irritabilidade. Alguns pais esquecem de trocar as fraldas antes de sair de casa, outros esquecem de oferecer alimentos leves no dia anterior a viagem.
Resultado? Vômito, choro, fralda suja, vômito, choro.
Em viagens noturnas, eles até dormem e não incomodam tanto, nas diurnas muitos pais esquecem de levar brinquedos para entretê-los, e aí já viu: ninguém dorme.
Outro ponto muito irritante é a mistura de cheiros. Não bastassem as fragrâncias costumeiras (mas não menos irritantes) do complexo CHUBASA*, a mistoureba de perfumes vai desde clássicos boticário, importados até amor gaúcho, alma de flores, charisma entre outras pérolas, ainda existem os odores gastronômicos, como o de frituras, coxinhas, galinhas enfarofadas, até o mais amaldiçoado de todos os cheiros:
salgadinho
: tem vários sabores, mas os mais populares entre os ratos de ônibus são o chetooslé e o dorisbunda.
Quase no meio do caminho tem uma parada, no município de Soledade. É o Italian´s, um restaurante de beira de estrada que provavelmente possui um contrato com as companhias de ônibus, onde o atendimento é muito rápido, mas os preços, mais do que salgados. Uma coca cola pode custar quase 4 reais, um pacote de biscoitos quase 3 reais, e aí por diante.Na chegada a Novo Hamburgo, o que mais impressiona é a diferença de ares, lugares, pessoas e principalmente preços. Os táxis são artigo de luxo, raros e caros.
Enfim, mesmo assim é bom chegar em casa, onde a internet pega bem, minhas coisas podem ficar nas partes baixas da estante e posso dormir no meu colchão.
Estou empenhada em tentar ressucitar a minha plantinha, única habitante não humana deste minúsculo apartamento, que parece que ou sentiu a minha falta ou está assim por passar 10 dias sem nenhuma água, por misericórdia do namorido...
Ah, falando nele, é bom chegar em casa e saber que ele me espera, e que nada mudou, e que por mais que o mundo gire, que as coisas se espalhem por aí e que eu ainda não saiba bem o que fazer da vida ele se mantém ao meu lado, compartilhando dessa doidera toda que vem tomando conta da minha-nossa vida.

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*Leia-se chulé, bafo e asa